quarta-feira, 9 de maio de 2012
Saudade!
sábado, 10 de dezembro de 2011
Aniversário de Clarice Lispector
domingo, 2 de outubro de 2011
Poesia (des)falecida
Posso simplesmente te querer?
Posso levar meus olhos a passear pela tua ausência,
sentindo o teu buscar nas minhas retinas
que enxergam flores em janelas debruçadas de dor?
Posso querer te mostrar meu olhar pelo mundo e meu mundo,
que se limita ao meu pensar atravessado pela tua poesia suplicante?
Quero querer e poder navegar meus olhos transbordantes de cinza,
que são tingidos pelas flores róseas, lilases e vermelhas das azaleias,
dos ipês e dos gerânios.
No meu cinza não há deserto,
há uma aquarela pintada pela vontade de viver amando o que pode ser amado,
de carregar para dentro de mim - trazido na palma da mão –
o universo todo que me encanta,
desde as palavras até os palácios que vi e aqueles que imaginei.
Posso te dizer que me encantas com um pulsar inexistente de poesia falecida?
Posso?
terça-feira, 26 de julho de 2011
De medos e descrenças
Num dia, fé pura
noutro, descrença que sofria.
Quase suplicava pela fé dos muito crentes,
que ignoravam crueldades e ultrapassavam todas as dores.
Almejando alcançar o reino prometido,
enxergavam justiça no caos do dia-a-dia,
que ela simplesmente não via.
Olhava a lua que espelhava a verdade dos medos e inseguranças,
tudo bem camuflado por baixo dos tapetes de gelo
que lhe forravam a alma desengonçada-de-não-saber-viver.
Escondia os receios na ponta de cada esperança
que acendia no alvorecer e morria quando a lua cheia
lhe atravessava com verdades que teimava não enxergar.
Hoje é julho e um tempo de genuína dissintonia.
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domingo, 15 de maio de 2011
Pôr de son(h)o
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
De verões
Os papeis atirados no chão da sala.
O sol vertendo seu sangue lá fora;
Gotas de suor jorrando da testa,
molhavam os pedaços da vida.
Vida! Sem idade para esperanças, olhava o passado atirado no chão.
mas houve um tempo de acreditar:
tempo de cartas e roteiros de viagem,
olhos navegando no passado,
como se fosse o ante(ontem) latejante.
Todas aquelas palavras contavam de lugares, falavam de pessoas,
uma melancolia de verões (ou)tonos do passado.
Visitava sons, aromas e sabores.
Ao voltar, atirava no lixo a vida que fluía de cada pedaço de papel.
Outras estações sucediam, e o suor,
- que o sol impunha ao verão –
borrava a visão e talvez fossem lágrimas de um verão de transição, de mudanças,
que há anos lhe espreitavam a existência,
sorrateiramente disseminando a necessidade de intervir.
Outros papeis e outras viagens
rolavam atiçados pelo sopro quente
e a urgência em tomar a vida de volta,
deixar para trás as angústias de sempre
O sol ... queimava sua alma.
Mesmo estando à sombra sentia
o sangue do sol gotejando pela testa.
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30-31/01/2011