Os dias são quentes e os sabores se perderam numa sensação de “sem-paladar”.
As imagens embaralham e me curvo no cansaço dos dias sem fim.
Os dias não tem fim e os pensamentos são como passos largos, correndo.
As passadas são mais longas e paralisam-me num suor de febre sem calor,
O calor que molha, mas não encharca o suficiente para lavar as saudades que insistem em enlouquecer.
Os sons prometem luz para dias que mostram sorrisos sempre pálidos.
Grito num cano de esgoto esquecido na rua - no mesmo cano que o homem sentou para fazer a fotografia -
e todos os monstros que adormeceram dentro de mim saem e deixam um buraco no meu peito.
Aspiro o ar profundamente na tentativa de recompor meu ser e seguir na ponta da vida,
Que nem se importa com aquele sentimento de profunda solidão que tomou conta do meio do meu dia, quando todos sorriam do outro lado.
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Sobre a imagem: peguei no Google Imagens, se souber autoria me avise nos comentários.