sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Fogos de Artifício e Poema de Natal

Peguei na internet

Fogos de Artifício
Olhou para o céu e viu a explosão de cores. Fogos de artifício. O período natalino era sempre especial, pois quase todos os dias ele podia ver os fogos e lia a programação da cidade para não perder nenhum espetáculo.

João havia morado na rua na infância e já nem sabia como tinha ido parar lá. Lembrava somente do dia em que a aquela mulher, com olhar bondoso, perguntou a ele se não gostaria de passar o Natal em sua casa. Devia ter dez anos, e quando entrou naquele “abrigo”, percebeu que a vida podia ser melhor. Uma linda árvore de natal na sala, toda confeccionada pelas crianças que ali moravam. Um sonho aquelas luzinhas. Queria ficar e ia fazer o que fosse necessário para isso.

Na noite de natal, todos foram para a rua olhar o céu e ver os fogos. Tantas cores, tantas formas, sorria e chorava, chorava e sorria. Ele nunca experimentara aquele aperto no coração, que ao mesmo tempo em que doía lhe proporcionava bem estar. Para sempre, aquelas luzes iriam brilhar nos seus olhos e seu coração sempre sentiria a mesma sensação, pois estava aprendendo o que era felicidade, quando a senhora de olhos bondosos, segurou sua mão e assistiram assim, a queima de fogos.

Hoje, olhando o céu, lembrou da música que diz Papai Noel vê se você tem a felicidade para você me dar, percebeu que, para ele, Papai Noel existiu e lhe foi muito generoso. Segurou a mãozinha da filha e abraçou a esposa, queria sentir o calor das duas para admirar os fogos e sentiu-se criança novamente, e sorriu e chorou. Era um privilegiado e agradeceria “ao céu”, enquanto estivesse vivo.

*Pode parecer meio piegas, mas adoro fogos de artifício e para falar sobre o tema, somente me veio essa historinha na mente.

***

Sopro de Vinicius de Moraes - Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.