Já é rotina por aqui, sempre que me faltam as palavras, eu busco um grande escritor para me ajudar. Desta vez fui buscar um jovem escritor, sem livros publicados, mas nem por isso menor.
Pedi e recebi um poema para publicar aqui, do queridíssimo Álisson da Hora, poeta, escritor dos bons. Com formação em Letras e mestrando
O Álisson publica no blog Ein jeder Engel ist schrecklich vários dos seus escritos, romances inclusive. O estilo é denso, metáforas inteligentes, mas não vou me estender demais, pois não fiz nenhuma cadeira de crítica literária. Só sei do que sinto, e me emociono ao ler o que ele escreve. Um dia ainda hei de receber um livro publicado.
O poema que pedi, parece um poema de amor, mas não se iludam, ele não fala de amor. Contudo, ele fala de Amor. Mas e o quê importa, se quando estamos lendo uma história, um poema, viajamos para o mundo que nossa mente nos quiser levar, à revelia do autor, que nos fornece a base para a nossa viagem, que vai ser complementada com os nossos próprios sentimentos e experiências?
Certo! Falei demais! Vamos ao poema, que leio e leio e sempre acho lindo.
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Sopro de Álisson da Hora – Ascender
não te escondas
mas, precisando se esconder
te farei de pipa
para que ninguém te perturbe no seu voar
prometo: ninguém perceberá teus passos
tranquilos nas quinas das nuvens
nem teu olhar divagante por sobre
as cabeças dos pequenos necessitados
da misericórdia mais pungente.
te guardarei nos meus bolsos
para lembrar como quem olha uma fotografia querida
te trarei como uma promessa de viagem
um devaneio ao final da tarde mais calada.
se esconda
embaixo dos meus poucos versos
o abrigo mais bonito que eu posso te dar
com um sopro de sol se pondo
o afago amigo das linhas pensadas
refugie-se no campo sensato da tua alma
no que podes pensar de bom ao final de um dia
deixe-se fotografar pelas minhas mãos
e fique tranqüila
aqui, estarás segura
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Se tiver informação errada, você me corrige e eu corrijo.