Título alternativo: Um encontro de amigos
O título do post tem vários significados. Primeiro é o título de um livro. Estava procurando uma poesia – de uma poetisa – e acabei relendo algumas autoras e muitos poemas (como é bom ler poesia!).
Buscando meus livros, lembrei que tinha comprado um livro no aeroporto de Brasília, ano passado (acho). O livro chama-se Poesia do Encontro. É uma “conversa” sobre poesia entre Elisa Lucinda e Rubem Alves.
Elisa Lucinda é poetisa, atriz e cantora. Rubem Alves é um escritor de crônicas e histórias infantis. O interessante desse livro, é que eles vão conversando e lembrando poesias. Elisa criou, no Rio de Janeiro, a Casa do Poema e ensina interpretação de poesia. O lema lá é: “falando poesia sem ser chato”. Ela faz oficinas pelo Brasil e conta histórias interessantes de sua experiência. Dá vontade de “declamar poesia” junto com eles. Sem falar que, ainda contam as histórias de alguns poemas famosos e recitam.
Segundo: me lembrei deste livro, pois foi lá que reli um poema do Millôr Fernandes, chamado Poesia Matemática. E surgiu o poema na mente, por causa do Amarísio, amigo que encontrei aqui no blog, professor de matemática, que fez aniversário este mês. Desta vez não vou postar o poema, pois minha intenção é continuar com as meninas poetas. Vou deixar para outra oportunidade, mas recomendo o livro de Rubem e Elisa.
Seguindo a busca por um poema, li muitos esses dias, pois queria encontrar um especial. O problema é que todos os que li me pareciam especiais. Li Adélia Prado, Emily Dickinson, Florbela Espanca, Hilda Hilst...Não li Clarice, pois é um perigo. Li Cecília Meireles e optei por ela, mas mesmo escolhendo a poetisa, mais difícil é selecionar o poema. São tantos e tão lindos. Pudesse postava todos que me gritaram mais alto à alma. Fiquei com Canção do Caminho, querendo muitos outros. Vamos a ele!
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Canção do Caminho - Cecília Meireles
Por aqui vou sem programa,
sem rumo,
sem nenhum itinerário.
O destino de quem ama
é vário,
como o trajeto do fumo.
Minha canção vai comigo.
Vai doce.
Tão sereno é seu compasso
que penso em ti, meu amigo.
- Se fosse,
em vez da canção, teu braço!
Ah! Mas logo ali adiante
- tão perto! –
acaba-se a terra bela.
Para este pequeno instante,
decerto,
é melhor ir só com ela.
(Isso são coisas que digo,
que invento,
para achar a vida boa...
A canção que vai comigo
é a forma de esquecimento
do sonho sonhado à toa...)
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[Post dedicado ao Amarísio - Blog Recanto dos Sonhos]