quarta-feira, 30 de setembro de 2009

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Conto, não conto!

Imagem: internet

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Maria era uma moça cheia de sonhos. Sonhava dormindo e sonhava acordada. Naquela tarde, saiu do trabalho para pagar umas contas para o chefe. Caminhava pela rua e balançava o guarda-chuva, pensando em como seria bom sair dançando e cantando. Lembrou da música e cantou mentalmente: I'm singing in the rain/Just singin' in the rain…

Sorriu ao pensar nisso e imaginou que quem passava ao seu lado podia bem imaginar que era louca. Era louca sim, era louca para ser feliz. Pudesse espantava tudo de ruim que tinha na vida e só... sonhava.

Seus muitos sonhos ela contava, outros pensava: conto? Não conto! Conto! E não conto. Alguns simplesmente tinha medo de exteriorizar.

Ela sabia que nem sempre seus desejos se realizariam, mas às vezes não sonhava para que se realizassem. Era simplesmente por gostar de sonhar, só isso. Queria um mundo melhor, pensava sempre e primeiro nos seres humanos e via um mundo onde todos fossem iguais, todos gostassem de gente e onde as diferenças eram olhadas como uma forma de beleza e não de suspeitas, cuidados, perigo, ameaça. Acreditava que, no momento em que todos os seres humanos gostassem de gente, seria mais fácil respeitar e conservar o mundo para as próximas gerações.

Esse sonho ela tinha certeza que não veria, mas acreditava possível. Afinal...sonhava!

Ansiava pelo equilíbrio, sem ser extremista em nenhum aspecto, mas tentava ser coerente com seus sonhos, respeitando tudo e todos. Procurava não ser daquelas pessoas que erguem bandeiras por muitas causas, mas saem consumindo marcas, etiquetas e rótulos.

Pensava tudo isso enquanto caminhava e rodopiava o guarda-chuva. De repente os olhos de Maria brilharam: viu um objeto lindo e caro numa vitrine. Não sentiu vergonha do desejo que se apossou dela: desejou algo que lhe era impossível. Esse era um daqueles sonhos que Maria não contava, pois não os queria realizar, ela os tinha guardado como tesouros e só de vez em quando abria a caixinha dos sonhos para admirar. Não os queria de fato, os tinha como seus tesouros-enrolados-em-papel-de-seda. Os possuía – sonhos e desejos – guardados no fundo do baú da mente.

Então Maria tinha esses sonhos, esses de não contar. Outro era sobre um certo homem... Conto ou não conto? Não, não conto. Essa é outra história e se for possível, um dia eu conto...

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[Aproveito essa postagem para agradecer os selos que recebi da Pamela Rodrigues (Blog Eu e Minhas Letras), Thania (Arte Imita a Vida) e da Cintia (Opinião Consciente). Obrigada, adorei a lembrança.]
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domingo, 6 de setembro de 2009

domingo, 6 de setembro de 2009

De alegrias e de dores...

Imagem: internet


Há dias em que sou destemida, como Dom Quixote, enfrento todos os fantasmas da mente e corro, e luto e sou forte. Há dias que ser destemida dá a sensação que tudo vai dar certo e que tudo é belo. É nesses dias que o céu é mais azul, que a chuva é mais poética e embala meus sonhos de amor possível. É nesses dias que levanto, abro o guarda-roupa e escolho a roupa mais bonita e ilumino o rosto para sair, como quem usa as ruas como passarela de dança e dança ao caminhar, sorrindo e achando que nada pode ser ruim ou que tudo pode vir a ser melhor.


Há dias em que mesmo o sol brilhando são lágrimas que escorrem do meu rosto e embaçam o meu olhar para o mundo. Sem poder enxergar muito bem, não vejo luz, nem céu azul, nem distingo esperança. A chuva é um barulho que tortura. Nesses dias qualquer roupa serve, sair de casa é um tormento e os fantasmas que habitam nossos pesadelos assustam, como quando se é criança e temos medo do escuro. Nesses dias ficar abrigada pelas cobertas é uma fuga possível.


Há dias de solidão, há dias que pesam os dias. Mas sempre há dias para lembrar que nada dura para sempre, que tudo pode passar...



[Um pedido de perdão, aos amigos, pela ausência, ando sem tempo e sem criatividade, como podem perceber pelo texto de hoje. Não consigo mais a frequencia de outros tempos. Tempo! Que vai, que não volta...]
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