terça-feira, 12 de outubro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

de janela e olhares


***

andava sem rumo

era como uma folha

que flanava ao vento

e que qualquer hora iria descansar

em lugar desconhecido

erguia os olhos para observar

os antigos prédios e suas janelas

as janelas sempre lhe fascinaram

e nem sabia o porquê

janelas guardam e mostram intimidades

janelas protegem da exposição completa,

mas sugerem um horizonte

Por agora, as janelas, com seus vidros embaçados

de pó e fuligem,

protegiam dos monstros que lhe habitavam

uma dor de saudade

atirou uma pedra e estilhaçou seu olhar

que vazou em um milhão de gotas ensanguentadas


* a foto é minha

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