domingo, 2 de outubro de 2011

domingo, 2 de outubro de 2011

Poesia (des)falecida

***
Posso simplesmente não dizer nada?

Posso simplesmente te querer?

Posso levar meus olhos a passear pela tua ausência,

sentindo o teu buscar nas minhas retinas

que enxergam flores em janelas debruçadas de dor?

Posso querer te mostrar meu olhar pelo mundo e meu mundo,

que se limita ao meu pensar atravessado pela tua poesia suplicante?

Quero querer e poder navegar meus olhos transbordantes de cinza,

que são tingidos pelas flores róseas, lilases e vermelhas das azaleias,

dos ipês e dos gerânios.

No meu cinza não há deserto,

há uma aquarela pintada pela vontade de viver amando o que pode ser amado,

de carregar para dentro de mim - trazido na palma da mão –

o universo todo que me encanta,

desde as palavras até os palácios que vi e aqueles que imaginei.

Posso te dizer que me encantas com um pulsar inexistente de poesia falecida?

Posso?
Continue Lendo »