domingo, 31 de agosto de 2008

domingo, 31 de agosto de 2008

Mário Quintana - Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

Mário Quintana, um gaúcho de Alegrete, um poeta acima de tudo. Ele é um ícone na literatura nacional e, em Porto Alegre, sua presença é "quase física", pois o lugar onde morou foi transfomado em uma Casa de Cultura. No passado, Hotel Majestic, no presente a Casa de Cultura Mário Quintana, onde existe sala de cinema e teatro, biblioteca e outros espaços para expor e produzir arte. Além de um bar, lá no alto, onde se pode avistar o rio (ou mais exatamente lago) Guaíba, tomar um café e à noite pode programar-se para ouvir a banda na qual outro maravilhoso escritor toca saxofone, o Luis Fernando Veríssimo.
Ele - Quintana - ainda era vivo quando vim para Porto Alegre, o Majestic já era a casa de cultura e ele morava em outro hotel, no mesmo bairro que eu. Lembro como se fosse hoje o dia do falecimento. Seu corpo foi transportado em carro de bombeiros e passou em frente ao prédio que morava. Mário Quintana escreveu muita coisa linda. E entre elas tem uma que acho simplesmente magnifíca, me emociono sempre que leio. Quem já me conhece há um certo tempo, sabe que eu gosto, pois sempre que podia deixava para algum amigo querido no halos.

***

Sopro de Quintana
Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras

seriam as mais simples do mundo,

porém não sei que luz as iluminaria que terias de fechar teus olhos para as ouvir...

Sim! Uma luz que viria de dentro delas, como essa que acende inesperadas cores

nas lanternas chinesas de papel!

Trago-te palavras, apenas...

e que estão escritas do lado de fora do papel...

Não sei, eu nunca soube o que dizer-te

e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento da Poesia...

como uma pobre lanterna que incendiou!


Desejo uma semana iluminada a todos!

Sopro das laternas: chinesas ou japonesas - são belíssimas!

Hiroshima Peace Memorial Ceremony




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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Paisagem através da janela

Ou ainda: Sonho emoldurado pela janela
Saiu cedo do trabalho. Havia combinado com os colegas que adiantaria o serviço no horário do almoço. Com uma hora mais cedo tinha a possibilidade de pegar o ônibus com assentos vazios. Na longa viagem até em casa poderia sentar-se, apreciar a paisagem e divagar. Era final de agosto e o inverno começava a ceder lugar à primavera.

Os ipês coloridos começavam a florir e proporcionava uma visão alentadora. Foram tantos dias de chuva, que continuamente imaginava que os dias nublados não teriam mais fim. As horas da estação fria e chuvosa haviam passado sem grandes emoções até agora e muito lentamente. Gostaria de encontrar um novo prazer, uma motivação para a vida insípida que vinha levando. O sol estava descendo vagarosamente e tingia a cidade com cores amenas. Os poucos pedestres que retornavam ao lar, o faziam de modo lento, como que cansados, mas sem a pressa habitual do rush e mesmos os automóveis mantinham a calma, mesmo que aparente.

Mulheres e homens com roupas em tons mais coloridos que a escala de cinza e preto que dominava o panorama de inverno. Sentia um apego morno pelas pessoas e pela cidade. Aquele cenário urbano conhecido e corriqueiro, mas tão estimado, ganhava nova dimensão, agora a cidade lhe parecia delicadíssima e formidável. As flores em tons de roxo e amarelo arrematavam o espetáculo, para sua dissimulada alegria. Seu amor pela humanidade reacendia e agora rolavam tímidas lágrimas de felicidade, emocionava-se com esse quadro pintado na mente. Sua mente alucinada. Acreditava que nada podia ser ruim, que as dores e os problemas se esvaneceriam se continuasse seu sonho. E apesar disso, podia enxergar seus amigos rindo de suas sensações - se conseguisse um ouvinte para descrever a experiência.

Ela ainda nem avistara as casinhas da periferia onde os moradores enfileiravam as cadeiras para o bate papo da tarde. Mais um pouco e sentiria o aroma de café fresco e dos pãezinhos recém saídos do forno. Ao menos hoje, gostaria de ser recebida com palavras de carinho. E que seu amor lhe recebesse com juras de aconchego. O ônibus virou à esquerda, vislumbrou a rua larga com as casinhas coloridas. Chegara! Seu sensor interno alertou o momento da descida e do despertar. Prometeu para si que aproveitaria melhor a primavera deste ano e sentiria novamente esse prazer infantil.
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Sopro através da janela
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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Mudando de assunto - Neaera escrevendo uma carta para Catallus

Estava tentado escrever algo e logo me veio à cabeça uma canção do Chico Buarque: tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu, a gente estancou de repente ou foi mundo então que cresceu, a gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino para lá...
Diversas vezes dá um desânimo, uma melancolia que sopra de um lugar indefinido. Nesses tempos, "não dá para se entregar", pois são tantos compromissos, que sempre me recupero da nostalgia. Mas mesmo assim não vem o assunto para escrever. Se as palavras não me socorrem, vou à busca de imagens ou de algum poeta que fale por mim. Na procura de palavras de outros me deparei com várias imagens interessantes. Gosto de palavras, mas gosto também de imagens, por isso sempre procuro algo interessante para “casar” com o texto.

Nessa seleção encontrei um quadro, uma pintura que achei muito delicada, bonita. O pintor, segundo os locais onde pesquisei, é Henry J. Hudson. O nome da pintura: Neaera reading a letter from Catallus. Fui atrás de informações sobre ele e encontrei somente a mesma imagem e que é um pintor inglês, queria escrever algo sobre a biografia e nada. Quis saber quem foi Neaera que escreveu uma carta para Catallus – bobagem, ignorância? Pode ser e é, mas achei que encontraria, não fui feliz na pesquisa talvez não tenha sabido procurar. A imagem ilustrava sempre poesias.

Como não sei poetar e esse texto já ficou longo, deixo a imagem de Neaera reading a letter from Catallus. Na minha divagação em encontrar “inspiração”, me distraí e apesar dos versos do Chico ainda fazerem sentido, não pesam tanto mais.
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Sopro de Henry J. Hudson

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domingo, 24 de agosto de 2008

domingo, 24 de agosto de 2008

Balanço das Olimpíadas - mulheres olímpicas

Sopro de mulheres que não desistem
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Voltando de um jantar ótimo com amigos e com vontade de comentar, antes do resultado do vôlei masculino. Pois é, se buscarmos notícias sobre os jogos olímpicos, em geral vamos nos deparar com queixas sobre o incentivo do país para o esporte. Isso é um fato, nós certamente devemos investir em buscar novos atletas e um campo fértil para isso são os adolescentes do ensino médio. Se tivéssemos uma política pública voltada para isso certamente teríamos mais opções. Mas políticas públicas devem ser acompanhadas de “boa vontade” do setor privado também. Tem muita coisa que se discutir – você diria que o governo deveria dar “incentivos fiscais”- não há dúvidas. Entretanto, em uma nação em desenvolvimento, isso se faz com o esforço conjunto do governo, sociedade e mídia (sim, a mídia é um poder!). E o que freqüentemente observamos é que, passada as competições específicas, voltamos a ser o país de um único esporte: o FUTEBOL!

Um detalhe que me chama atenção é a nossa inaptidão em lidar em situações de pressão. Hoje em dia, o “mercado” de trabalho de sucesso considera como uma competência estratégica, a capacidade de lidar com situações de estresse. Você quer estresse maior que uma pessoa ser cobrada por uma nação inteira por resultados positivos? A mídia é senhora em fazer essa cobrança. Ela faz um ídolo e destrói na mesma dimensão que construiu. Solução? Aprender a lidar com isso! Quem ensina? Treinadores, psicólogos, enfim, especialistas em recursos humanos.

Contudo, essas olimpíadas me mostraram um elemento muito interessante: as mulheres se sobressaíram. Veja nossas medalhas de ouro com a Maurren Maggie e com as jogadoras de vôlei. No vôlei, eu olhava os pontos e imaginava que aquelas norte-americanas “adrenalizadas” pelo treinamento de trabalhar sob pressão iam se “dar bem”. Eis que, as meninas me surpreendem e conseguem se superar e vencer dois sets depois de perder um. Isso é que é saber se superar após enorme pressão! Bingo! Palmas para elas! Esse assunto dá jogo, dá bate-papo, dá pano pra manga.

Mas por hora: meninas brasileiras, mulheres brasileiras – acostumadas a viver sob pressão e achar solução – eu só quero lhes dar um mega parabéns. E viva nós – sem feminismo – que temos que enfrentar vários leões no nosso dia a dia. E aos homens sigam o exemplo do treinador do vôlei – Zé Roberto - nossos hormônios nos fazem diferentes, nos compreendam por isso e com isso e podemos, todos juntos, ser vitoriosos.

E vocês – homens e mulheres - que nos representaram em Pequim, meus agradecimentos sinceros, independentemente da nossa posição no quadro de medalhas. Vocês fizeram o seu trabalho com dignidade.
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Sopro de exemplo masculinoSopro de mulher vitoriosa e felicidade
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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Maurren Maggi - a comemoração

Sopro de Olímpiada e de beleza
Vamos combinar que é bonita essa imagem, não? A comemoração da medalha de ouro conquistada pela Maurren Maggi no salto em distância, com as duas bandeiras. Bonito! Não resisti quando vi a imagem.
Bom findi!
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Silêncio?!

Silêncio!
Como responder ao silêncio?
Silêncio?
Preciso apreender os signos do silêncio.
Silêncio...
Palavras, palavras, palavras!
Borbulham na minha mente,
muitas, sempre.
Meus erros, meus sinais,
meu aprender, minha vida.
Só consigo me entender em palavras?
Palavras,
minha única forma de expressão?
Silêncio!?
Como te decifrar em minhas palavras?
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Sopro de imagem

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terça-feira, 19 de agosto de 2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Mulheres: doidas ou santas?

Ando buscando “inspiração” para escrever por aqui, pois continuo não tendo muita noção do que quero com esse “espaço”. Não sei fazer poesia, há muito tempo atrás até achei que queria ou que sabia, mas não evoluiu. Não sei escrever crônicas, não sei e não sei mais um montão de coisas. Tenho que rir dessa minha aridez.

De qualquer forma fui contaminada pela vontade de escrever. Sempre que leio as coisas que escrevo tenho a impressão que alguém já escreveu aquilo, mas creio que é assim mesmo, somos a somatória de tudo que vivemos, lemos, experimentamos. Nossas opiniões, nossos pensamentos são “tramados” na vivência ou convivência. E penso e penso e minhas dúvidas persistem.

Nesse caso, mudo de assunto, quase permanecendo nele mesmo – é possível? Ensaio de loucura! Gosto muito de ler, mas há momentos que passo tempos sem ler nada. Ultimamente não deixo de ler um livro novo mais que uma semana, vicia sabe? No momento estou lendo um livro da Martha Medeiros, escritora gaúcha que gosto bastante, leitura fácil, fala do cotidiano de forma simples e ao mesmo tempo elegante. A coletânea de crônicas que leio agora é “Doidas e Santas” (L&PM) e para quem gosta da escritora é uma boa dica, mas quem a lê com freqüência nos jornais, talvez encontre alguma já lida. Vou deixar só um pedacinho daquela que dá nome ao livro.

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Sopro de Martha Medeiros
“Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar “the big one”, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais...Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo?
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca e fascinante.”
...

(Trecho da crônica Doidas e Santas – Martha Medeiros)
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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Tempo - Poesia paraense

Rui Barata é um poeta paraense. Lá no Tagarelas escrevi um pouquinho mais sobre ele e tem uma canção: Pauapixuna. Nela, ele fala sobre o tempo lindamente.

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Sopro do Tempo de Rui Barata

"O tempo tem tempo de tempo ser,
o tempo tem tempo de tempo dar,
ao tempo da noite que vai, correr,
o tempo do dia que vai chegar."
Ruy Barata
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domingo, 17 de agosto de 2008

domingo, 17 de agosto de 2008

Enluarada ou Repleta de Lua

Meu olhar distorceu teu brilho, teu aro, teu alo.
Talvez uma sonolência embriagada, alucinada aumentasse tua soberania no céu.
Por te querer tocar, aproximar meu corpo do teu clarão celeste,
Em minha pretensão - por causa de uma cumplicidade nascida em noites antigas -
Tornastes-te maior para se fazer notar além da minha vigília
Invadindo meu sono, te fazendo de sonho,
Criando um elo que me despertou enluarada.
Bradarei de dia, ao sol, que cintilastes em mim, para mim, em minha honra.

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Sopro de Luar
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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Um título para a vida


De novo e sempre. Vai ver vou querer fazer um blog dedicado à ela. Mas não é isso, é que não tenho o que dizer e quero escrever, e quando penso em procurar algo, a primeira leitura que alcanço é um livro da tal escritora. Ela disse tudo que eu queria dizer. Pelo menos as fotos são minhas, até quando tiver foto para colocar aqui. Aproveite - você que eventualmente passar por aqui - para aceitar o desafio de dar um título a sua vida.
Bom fim de semana!

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Sopro de Clarice
Se eu tivesse que dar um título à minha vida seria: à procura da própria coisa.
(Aproximação Gradativa - Clarice Lispector)
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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Devaneio: Gentileza gera gentileza!

Nossa! Será que tem um tema mais explorado que falar sobre o Profeta Gentileza, aquele que vivia no Rio de Janeiro e cobriu muros e muros com suas inscrições sobre? Gentileza! Nem me arrisco a falar dele. É só colocar a palavra no Google e encontramos diversas crônicas lindas sobre ele, que para mim foi genial em sua fraternidade. O que quero mesmo falar é sobre a emoção que esse substantivo feminino me passa e o que ele representa na atualidade.

Tenho comigo a convicção, que deve ter sido a mesma do Profeta, de que muito das mazelas que sofremos estão relacionadas a falta de gentileza. E como é complicado ser gentil hoje em dia, pois tudo se resume a pressa individualista que estamos cultivando. Não temos tempo para ser gentis e refletir sobre o que isso representa. É muito mais prático e rápido dar uma resposta atravessada quando nos sentimos agredidos, ofendidos, insultados, ultrajados e indignados do que pensar numa resposta que seja gentil e quebre a cadeia da violência de qualquer espécie. Ou mesmo calar para refletir. Depois em geral usamos a retórica de que não podemos levar desaforo para casa. E o ciclo se instala!

Confesso que é difícil fazer este exercício: ouvir, refletir, ser gentil ou calar. Diversas vezes me vi dando alfinetadas e depois com uma sensação de mal estar indescritível, como se fosse um mosquito zunindo no ouvido. Tento - juro que tento - refletir cada vez mais sobre como me comportar com gentileza com as pessoas do meu convívio, seja aqui ou no mundo real. É mesmo um “senhor” exercício isso, mas eu creio muito na frase desenhada no muro de que gentileza gera gentileza.

Meus devaneios incluem sempre a possibilidade de um mundo com indivíduos mais gentis, com sinceros bom dia, por favor, obrigada, com licença, respeitando o espaço alheio, cedendo o lugar no ônibus, respeitando regras básicas de convivência, se colocando no lugar do outro, cuidando sempre com carinho de quem está próximo de nós. Juro que acredito que outro mundo é possível – se quisermos. Enquanto não acontece crio meus próprios devaneios.

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Sopro de imagem

Uma cidadizinha no interior do país. Casas antigas e uma paz que senti quando lá estive, em Pirinópolis (GO). Sou amiga das palavras, mas me encantam paisagens, imagens. Nos vemos!

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Ginastas - meninas guerreiras - brasileiras II

Foto: UOL
Monotemática, eu? Fiquei acordada na madrugada para ver, não conseguria escrever nada que não fosse sobre o mesmo assunto [E nem achei a foto da trave]. Um oitavo lugar por equipe nunca antes alcançado. Os mais "derrotistas" poderiam dizer "último lugar", mas vá lá e faça. Você faria? Eu não me arriscaria. As chinesas e americanas são quase impecáveis? E daí? Elas - as nossas ginastas - se superaram e nenhuma queda aconteceu na trave! Bravo!
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Se a dor é necessária....o sorriso é a recompensa!

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Sopro de Clarice para a meninas guerreiras brasileiras

Renda-se como eu me rendi,
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.

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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Ginastas - meninas - brasileiras

Confesso que de todas as modalidades que se desenvolvem nas Olimpíadas a que mais me empolga é a ginástica, apesar de ficar apreensiva em outras competições como foi o caso do judô e da natação. Sem conseguir ficar acordada ou acordar cedo, não vi a apresentação das “meninas” do Brasil. Fui ver só o compacto depois. No último aparelho, todas sem exceção perderam pontos por deslizes na trave. Não sei se eu teria o “sangue frio” para suportar a dor - tudo literalmente – de ver tanto trabalho acabando em segundos. E isso vale para elas e todos os atletas. As meninas voam a uma altura impressionante e eu imaginando a dor do impacto na descida. Mas elas se classificaram para as finais merecidamente. Elas são um show! Eu fiquei observando os fotógrafos e pensei: vou atrás dessas fotos.

Sopro de emoção, beleza e superação

O vôo de um pássaro negro, belo, forte, harmonioso. Daiane dos Santos me arrepiou com sua força e me fez lagrimar com seu Brasileirinho.

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Força, superação, balé flutuante, plasticidade.

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Coragem, esforço, determinação impressionantes
Fotos: Terra
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sábado, 9 de agosto de 2008

sábado, 9 de agosto de 2008

O sorriso do Gato de Alice


Será que sei onde quero chegar? Já vi filme, desenho animado, já ouvi referências. Não tinha lido o livro, resolvi ler. Esto gostando muito.
Bom findi e
Lindo Dia dos Pais!
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Sopro de Lewis Carroll

- "Pode me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?" disse Alice.

- "Isso depende bastante de onde você quer chegar", disse o Gato.

- "O lugar não me importa muito...", disse Alice.

- "Então não importa que caminho você vai tomar", disse o Gato.

- "...desde que eu chegue a algum lugar", acrescentou Alice em forma de explicação.

(Alice no País das Maravilhas - L.Carroll)
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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Gentileza e esperança

Havia momentos que não sabia o que fazer para dissipar a neurose. De onde vinha o cansaço que quase lhe fazia perder a esperança? Não sabia. Só sabia que do jeito que estava não podia mais. Tantos fantasmas lhe assombravam, reflexo de notícias ruins.
Queria fugir dos problemas, mas sabia que não era a melhor opção. Queria ouvir notícias boas, ouvir um bom dia de verdade, daqueles que fazem o sol brilhar até em dias nublados, queria apreciar o bom das pessoas, mas encontrava tanta falta de gentileza.

Queria correr com os pés descalços e sentir a terra transmitindo energia. Talvez seu sono insistente fosse reflexo dos dias atuais. Queria falar de alegria, queria falar de felicidade, amor, transparência, regozijo... Enfim, tudo que pudesse trazer tranqüilidade e paz.

Ah, já nem queria mais pensar, talvez se ficasse quietinha no seu canto, até essa dor ancestral acalmar e poder tentar de novo... Só sabia uma coisa: não ia se perder, perder a vontade de viver, de querer o melhor para a humanidade. Ah, talvez o problema fosse esse: mania que tinha de sofrer as dores do mundo! Sim, ia começar de novo, ia descansar e depois retornar à vida. Conseguiria ser otimista com o nascer do sol, afinal ele brilhou hoje e reencontrou um monte de amigos.
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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Belo - M. Bandeira

Num dia uma alegria eufórica, no outro um resfriado chato. A vontade que dá é ficar dormindo o dia inteiro, mas isso viraria um ciclo de não querer fazer nada. Ainda estou pensando nas coisas que vou escrever por aqui, pois ainda não mostrei "a face" do Sopros, mas certo que vai ter sopros de literatura sempre e música e foto.
Ontem, tinha um avatar que quase não comentava - minha flor de lis - hoje tenho um blog. É interessante isso...
...
Sopro de Manuel Bandeira

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.

E o risco brevíssimo — que foi? passou — de tantas estrelas cadentes.

A aurora apaga-se,

E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.

O dia vem, e dia adentro

Continuo a possuir o segredo grande da noite.

Belo belo belo,

Tenho tudo quanto quero...
(Belo, Belo - M. Bandeira)
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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Aquarela de sentimentos


No fim do dia sua sensação era a de dever cumprido, ainda há muito a fazer, a semana está só começando... e o ano, bom ele está só iniciando. Mas cada dia é um recomeço e esse foi tranqüilo. Se fosse possível descrever seu sentimento de hoje, em uma única cor, seria o azul. O azul do céu desse dia esplêndido. Entretanto, seria mais correto descrevê-lo com as cores do pôr de sol - que parece uma aquarela no céu de inverno ensolarado e frio desta cidade. Cidade porto, cidade abrigo, cidade carinho.

Felicidade é o que sente agora. Felicidade e gratidão, por sua vida, pelo seu trabalho, pela família, pelos amigos que recebeu de presente, num dia em que Deus lhe foi muito generoso. Só lhe restava brindar com uma taça do melhor vinho.
***
Um sopro de poesia

Das utopias
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!
(M. Quintana - Espelho Mágico)
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domingo, 3 de agosto de 2008

domingo, 3 de agosto de 2008

Reminiscências

Eu gostaria de postar meus próprios escritos, mas por hora não tenho como. Por esse motivo recorro novamente a Clarice Lispector.
Aproveito para colocar também uma foto, outra paixão minha. Adoro cenários vistos da perspectiva de uma janela. Essa é do Museu do Louvre.
***.

Lembrar-se
Escrever é tantas vezes lembrar-se do que nunca existiu.

Como conseguirei saber do que nem menos sei? assim: como se me lembrasse. 

Com um esforço de "memória", como se eu nunca tivesse nascido. 

Nunca nasci, nunca vivi: mas eu me lembro, e a lembrança é em carne viva. (CL)

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sábado, 2 de agosto de 2008

sábado, 2 de agosto de 2008

Meu Presente


Esse blog foi um presente da minha amiga Layla, do Ressaca di Homi . Ela e a Lu,do Voz Ativa , gostariam que eu me transformasse numa pessoa virtualmente mais acessível, mas sou tão escorregadia, rsss.

De qualquer forma amei e não tinha ainda agradecido a ela, que tem um blog lindo, cheio de poesia e sensibilidade. Gracias amiga! Para comemorar um verso de Fernando Pessoa.
...
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê.
Quem sente não é quem é,
...
(Glosas, 24.08.1930)
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