Estava tentado escrever algo e logo me veio à cabeça uma canção do Chico Buarque: tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu, a gente estancou de repente ou foi mundo então que cresceu, a gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino para lá...
Diversas vezes dá um desânimo, uma melancolia que sopra de um lugar indefinido. Nesses tempos, "não dá para se entregar", pois são tantos compromissos, que sempre me recupero da nostalgia. Mas mesmo assim não vem o assunto para escrever. Se as palavras não me socorrem, vou à busca de imagens ou de algum poeta que fale por mim. Na procura de palavras de outros me deparei com várias imagens interessantes. Gosto de palavras, mas gosto também de imagens, por isso sempre procuro algo interessante para “casar” com o texto.
Nessa seleção encontrei um quadro, uma pintura que achei muito delicada, bonita. O pintor, segundo os locais onde pesquisei, é Henry J. Hudson. O nome da pintura: Neaera reading a letter from Catallus. Fui atrás de informações sobre ele e encontrei somente a mesma imagem e que é um pintor inglês, queria escrever algo sobre a biografia e nada. Quis saber quem foi Neaera que escreveu uma carta para Catallus – bobagem, ignorância? Pode ser e é, mas achei que encontraria, não fui feliz na pesquisa talvez não tenha sabido procurar. A imagem ilustrava sempre poesias.
Como não sei poetar e esse texto já ficou longo, deixo a imagem de Neaera reading a letter from Catallus. Na minha divagação em encontrar “inspiração”, me distraí e apesar dos versos do Chico ainda fazerem sentido, não pesam tanto mais.
***
Sopro de Henry J. Hudson