sábado, 21 de março de 2009

sábado, 21 de março de 2009

Sons, sabores e cores de sábado



Pois que os sábados eram dias quentes, independente da estação do ano. Nunca era tão frio que dispensasse sua rotina agradável do inicio do fim de semana. Acordava tarde, tomava seu café sem açúcar – pois o amargor lhe agradava. Sentada na varanda da casa, cumprimentava os vizinhos que passavam conversando a caminho da feira, carregando as sacolas multicores. O dia era sempre colorido: verdes, amarelos, vermelhos, que brotavam de todos os lados, derramavam-se e tingiam seu olhar sorridente.


No sábado organizava suas roupas para lavá-las e aprontá-las para a nova semana. Tirava o pó da casa, trocava a roupa de cama, as toalhas de banho. Colocava uma música a tocar e a melodia espalhava esperança. O almoço era simples, mas comida caseira, elaborada sem correrias. A salada de frutas de sobremesa, muito bem preparada, com as frutas sendo cortadas e organizadas delicadamente, como se fossem pinceladas de tinta sobre uma tela. O sabor deliciava todos que provavam aquela mistura deliciosa, comendo devagar e tentando desvendar todos os sabores em particular. E ao morder cada pedacinho, sentir o sumo inundar a boca, um prazer quase proibido!


Também reservava, na tarde de sábado, um período para a sesta, um soninho curto, mas renovador. Depois acordar, pintar as unhas, lavar o cabelo, escolher com cuidado a roupa e as sandálias de salto para ir ao cinema, no inicio da noite, de mãos dadas com seu amor. Jantar e retornar refeita da rotina da semana.


O domingo chegava com a promessa de que tudo seria melhor. Almoço em família completava seu cenário de fim de semana. Havia realizado sua catarse semanal. Era uma rotina modesta, mas a rotina que lhe dava prazer e lhe fazia feliz.


[Post que publiquei no extinto Blog Tagarelas Assumidas em 2008, com pequenas modificações]