
Não li o livro Ensaio sobre a cegueira, do escritor português José Saramago, então não posso traçar paralelo algum com o filme, que fui assistir e me causou grande impacto. A mensagem implícita é fortíssima. O filme foi bastante criticado no Festival de Cannes e o diretor Fernando Meirelles teria realizado diversas modificações para a exibição comercial, após as críticas negativas.
Sobre o livro, José Saramago disse: "Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso". É muito provável que eu o leia.
O filme está em cartaz no Brasil, creio que desde sexta-feira (12/09/2008), e tem no elenco Julianne Moore, Danny Glover, Alice Braga, Mark Ruffalo, Gael García Bernal, Don McKellar, Maury Chaykin, Martha Burns. Eu gostei de ter assistido, mas eu não diria que é “palatável”, é bom pensar bem antes de se aventurar. O enredo mostra, após uma epidemia de cegueira, a degradação do ser humano e a tentativa de um grupo de pessoas em manter a dignidade, buscando não simplesmente enxergar e sim compreender um ao outro.
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Sopro de José Saramago
"O medo cega, disse a moça dos óculos escuros. São palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegamos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos...”
"O medo cega, disse a moça dos óculos escuros. São palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegamos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos...”