sábado, 20 de setembro de 2008

sábado, 20 de setembro de 2008

Sábado...Clarice...Tango

Sábado passado a Neiva deixou um sopro de Clarice. Como o post já estava pronto não coloquei aqui, mas sempre podemos contar com um sábado após uma semana intensa, vamos ao sábado e um trecho de Clarice.
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Atenção ao sábado
Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço: sábado ao vento é a rosa da semana; sábado de manhã a abelha do quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar cheio de abelhas. Foi num sábado que vi um homem sentado na sombra da calçada comendo uma cuia de carne-seca e pirão; nós tínhamos tomado banho. De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: ao vento sábado era a nossa rosa da semana...
Tem sido sábado, mas já não me perguntam mais...(C.L.)

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E em sendo sábado podemos falar um tantinho de música. De Tango. “O Tango surgiu no fim do século XIX, uma mistura das formas musicais dos imigrantes italianos e espanhóis, dos crioulos descendentes de espanhóis que viviam nos pampas e do batuque de negros chamado Candombe”. Dizem ser uma expressão folclórica das populações pobres, dos subúrbios de Buenos Aires. Alguma semelhança com o Chorinho?
Em público, dançavam homens com homens, pois a dança era considerada obscena entre homens e mulheres abraçados, por isso o tango se manteve restrito aos bordéis e os homens empregavam os passos praticados e criados entre si nas horas de lazer em família. Um grande nome do Tango? Carlos Gardel. E na década de 50 Astor Piazzola revolucionou o tango, usando recursos clássicos de Bach e Stravinsky.

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Sopros de Piazzola





“Es (el tango) un pensamiento triste que se baila” (Enrique Santos Discépolo)