Gravura Jenny Holm
...enfim!
Mais um fim de semana chegou e eu estou torcendo mesmo é pelo final do ano, por muitos motivos diferentes, mas é um momento de sair da rotina e isso é muito bom para eu não entrar em surto.
Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo de amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.
Tenho a maior vontade de ser sempre uma pessoa otimista e alto astral [mesmo com a minha tendência melancólica], mas tem horas que é simplesmente impossível. Alguém me grita daí o motivo da necessidade que o ser humano tem em destruir?...(dasabafo)...
...enfim!
Mais um fim de semana chegou e eu estou torcendo mesmo é pelo final do ano, por muitos motivos diferentes, mas é um momento de sair da rotina e isso é muito bom para eu não entrar em surto.
Ontem havia o lançamento de um determinado livro, em uma determinada livraria aqui e eu passei sem querer por lá. Não lembro muito bem o título exato, mas o tema era o “nadismo”. Não, eu não escrevi errado, não é “nudismo”, é “nadismo” mesmo. Desculpem, mas não vou entrar no Google e procurar sobre isso. E não tenho intenção de ler o livro...
Ouvi algumas respostas do autor e pude verificar que se trata de uma experiência ou um comportamento que tentar “esvaziar” (invenção minha) a mente, não pensar em “nada”, nadismo...planejar-se para não pensar nada.
Eu bem que gostaria, mas minha mente anda cada vez mais ocupada, com coisas sérias e outras nem tanto. Aliás, eu poderia prescindir das coisas não sérias, pois na maior parte do tempo vira um incômodo desnecessário.
Quando começa assim eu preciso de férias... nada mais me consola...Nem fazer posts para esse blog. Mas espero sinceramente que vocês não estejam tão cansados quanto eu. E também não sei de que estou reclamando, os dois últimos dias foram de sol brilhante, céu azul, brisa fresca no final da tarde e muito colorido de ipês roxos e amarelos. E ainda por cima, começou a Feira do Livro na Praça da Alfândega e tem como convidado especial o estado de Pernambuco, sendo representado por Ariano Suassuna. Acho que vou lá no sábado à tarde...
Bom fim de semana.
***
Sopro de Fernando Pessoa
Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo de amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.
(19/11/1935)