quarta-feira, 29 de outubro de 2008

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Crônica de uma amizade virtual


Pois é, hoje é o aniversário da Lu , Lugirão, Lúcia Girão. E resolvi escrever umas coisinhas a respeito da nossa amizade virtual. Crônica é pretensão, mas resolvi deixar assim o título. E ainda me prestei para fazer um "cartão" especial, (pagando mico, que nem aqueles caras que ficam em aeroportos...mas com carinho).

Eu a conheci lá no Matutando e sempre lia seus comentários para a Mineira. Achava engraçado aquele nome: Lugirão! E achava também ela meio “esnobe” (só pra implicar [:)]. Lembro os comentários que havia comprado camarão e feito isso e aquilo. E eu do meu lado morrendo de inveja. Além de não ser grande coisa na cozinha, aqui não é nem tão fácil nem tão barato de adquirir camarão, assim...E eu: onde será que mora essa pessoa?

Outra lembrança é que ela não tinha um avatar e um dia a Mineira resolveu sugerir que fizesse um. Nesse dia até comentei o avatar dava uma identidade visual, mas creio que ela nem leu. Era esnobe mesmo! Depois o Kane abriu a campanha pelo avatar da Lugirão e todos começaram a cobrar e ela fez um da Beth Boop, numa pose meio sensual, vestida de vermelho. Pronta para matar!

A Mineira e ela inauguraram o bate-papo por lá e os sábados à tarde era quase sagrado nos encontrarmos e então já se dignava a falar comigo...O passo seguinte foram as conversas por email. E foi então que pude de fato conhecê-la. Fui logo dizendo: posso te chamar de Lu? Tudo bem! Viramos íntimas!

A Lu é o oposto de mim, eu sempre retraída, econômica, introvertida. Ela falante, extrovertida e não manda recados, diz o que tem que dizer diretamente. Diferente daquele poema da Adélia, não usa de subterfúgios, se joga! E talvez essa diferença fez com que nos aproximássemos muito.

A Lu é mãe de três bezerrinhos e é daquelas mulheres “cuidadoras”, que esquecem tudo, menos de se doar. E mesmo não tendo idade para ser minha mãe muitas vezes ela dá conselhos, se preocupa e isso é com todos por quem ela tem amizade. Ela, a Layla e eu acabamos formando os três “éles”, que sobreviveram as idas e vindas das pessoas que encontramos no mesmo período. É fato que a Layla, a Mineira tem mais contato com a Lu que comigo e vice-versa. Não foi planejado, simplesmente é assim. E sem neuroses.

Sempre tive pé atrás em me expor no mundo virtual e a Lu transmite tanta segurança, que, como ela costuma dizer, tem até o meu CEP, tem foto, número de telefone, só falta o número do CPF. Depois de descobrir que não era esnobe, foi fácil criar laços com ela. É muito verdadeira, então vai derrubando as barreiras.

No verão deste ano tive que ficar ilhada em Porto Alegre, digo ilhada, pois aqui há uma debandada para as praias no verão. De férias em casa, final de semana, inevitavelmente conversávamos ao telefone. E ainda fazíamos os planos de um dia eu ir a Fortaleza para nos conhecermos.

Agora, os planos são de nos encontrarmos em Sampa, bater perna na rua 25 de março, conhecer o Museu da Língua Portuguesa e rir muito, jogar muita conversa fora. Isso são planos, a gente não sabe quando vai concretizar, mas talvez seja mais fácil eu ir à Fortaleza mesmo, pois ela não vai deixar dois bezerros sozinhos.

Quando eu cheguei na “blogosfera” jamais imaginava que iria criar laços tão fortes. Hoje é aniversário da Lu e eu desejo que sua vida entre nos eixos, após as mudanças recentes e que seja muito feliz com seus queridos e sempre ilumine a todos com sua presença positiva. Que Deus lhe conceda muita paz e saúde. Lu, tu és muiiito especial!
***

Para completar selecionei uma poesia da Adélia Prado, pois ela fala tão bonito de mulheres...dessas esquisitas almas femininas...

...e como não ouve a música do blog, vou ter que deixar um vídeo também...

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Sopro de Adélia Prado [Azul sobre amarelo, maravilha e roxo]


Desejo, como quem sente fome ou sede,

um caminho de areia margeado de boninas,

onde só cabem a bicicleta e seu dono.

Desejo, como uma funda saudade

de homem ficado órfão pequenino,

um regaço e o acalanto, a amorosa tenaz de uns dedos

para um forte carinho em minha nuca.

Brotam os matinhos depois da chuva,

brotam os desejos do corpo.

Na alma, o querer de um mundo tão pequeno,

como o que tem nas mãos o Menino Jesus de Praga.


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Sopros de Vivaldi