Miró - O vôo de um pássaro rodeado por mulheres (1941)
Um dia desses publiquei um poema muito lindinho [pelo menos eu achei], de um poeta paraense. Ele é Antonio Juraci Siqueira, a poesia passada chama-se Arte Poética. Vou me valer da poesia dele novamente.
Sopro de Antonio Juraci
VÔO NOTURNO
Na fogueira da aurora eu me consumo
e ressuscito entre os lençóis da noite
para tecer meu ninho de discórdias
do teu coração.
A minha pena – faca de dois gumes –
ao mesmo tempo fere e acaricia;
as minhas asas - guarda-sóis se abertas,
quando fechadas, grades de prisão.
Trago nas veias sangue canibal:
bebo esperanças, mastigo ilusões
e, às vezes, sorvo sonhos matinais.
Portanto não se engane: sou poeta
em cujo peito dorme um troglodita
que traz no coração pluma e punhal.
Sopro de Antonio Juraci
VÔO NOTURNO
Na fogueira da aurora eu me consumo
e ressuscito entre os lençóis da noite
para tecer meu ninho de discórdias
do teu coração.
A minha pena – faca de dois gumes –
ao mesmo tempo fere e acaricia;
as minhas asas - guarda-sóis se abertas,
quando fechadas, grades de prisão.
Trago nas veias sangue canibal:
bebo esperanças, mastigo ilusões
e, às vezes, sorvo sonhos matinais.
Portanto não se engane: sou poeta
em cujo peito dorme um troglodita
que traz no coração pluma e punhal.