Lisboa - Torre de Belém - Rio Tejo
Letra: Foi por vontade Deus
Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.
Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.
Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.
Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes aonde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.
(Alfredo Duarte/Amália Rodrigues)
Outro dia – muitos – fiz um post curtinho, que chamei de Um pouco da alma portuguesa - sopros de Lisboa. Tinha foto, tinha canção com Dulce Ponte e poema de Pessoa. E lá eu dizia que tenho em mim um pouco da melancolia da alma portuguesa. Nada demais, pois rememorando Adélia Prado aqui: dor não é amargura... minha tristeza não tem pedigree, já minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô.
De qualquer maneira, os dias têm sido estranhos: trabalho, cansaço, lerdeza. Sabem quando tudo é slow motion? [não resisti ao termo em inglês]. Muito lento mesmo e em situações assim é muito mais certo que se fique um pouco mais pensativo, viajando, querendo estar em outro lugar. E talvez seja por isso que só tenho escolhido escritos mais reflexivos. Tenho comigo que não devo estimular a minha alma portuguesa, pois caso contrário ela pode me dominar – o lado... meio... melancólico.
Enfim, o preâmbulo foi para justificar o título [que furtei novamente], que é de um/dois poema(s) de Pessoa (Álvaro Campos). Que, aliás, adoro como praticamente tudo dele (não, não quero nada/já disse que não quero nada - 1923 ou nada me prende a nada/quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo - 1926...).
Voltando: o título sugere que quero retornar ao tema da alma portuguesa.
Hoje, por acaso, li o poema, intitulado Lisboa, de uma cearense chamada Virna Teixeira. Uma escritora-poeta-médica, daquelas que escreve curtinho e deixa a nossa imaginação correr solta. A minha anda louca para sair voando, então resolvi revisitar Lisboa, e a música portuguesa. Primeira lembrança foi o Madredeus. Mas em seguida me veio um fado, que o Caetano Veloso gravou e encontrei na voz da Dulce Ponte. Madredeus virá em outro momento. O nome da música é Estranha Forma de Vida, é triste, eu gosto, mas – ouso dizer – me divirto um pouco com algumas expressões. Vou deixar a letra também, pois tem pessoas que não conseguem ouvir a música do blog.
De qualquer maneira, os dias têm sido estranhos: trabalho, cansaço, lerdeza. Sabem quando tudo é slow motion? [não resisti ao termo em inglês]. Muito lento mesmo e em situações assim é muito mais certo que se fique um pouco mais pensativo, viajando, querendo estar em outro lugar. E talvez seja por isso que só tenho escolhido escritos mais reflexivos. Tenho comigo que não devo estimular a minha alma portuguesa, pois caso contrário ela pode me dominar – o lado... meio... melancólico.
Enfim, o preâmbulo foi para justificar o título [que furtei novamente], que é de um/dois poema(s) de Pessoa (Álvaro Campos). Que, aliás, adoro como praticamente tudo dele (não, não quero nada/já disse que não quero nada - 1923 ou nada me prende a nada/quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo - 1926...).
Voltando: o título sugere que quero retornar ao tema da alma portuguesa.
Hoje, por acaso, li o poema, intitulado Lisboa, de uma cearense chamada Virna Teixeira. Uma escritora-poeta-médica, daquelas que escreve curtinho e deixa a nossa imaginação correr solta. A minha anda louca para sair voando, então resolvi revisitar Lisboa, e a música portuguesa. Primeira lembrança foi o Madredeus. Mas em seguida me veio um fado, que o Caetano Veloso gravou e encontrei na voz da Dulce Ponte. Madredeus virá em outro momento. O nome da música é Estranha Forma de Vida, é triste, eu gosto, mas – ouso dizer – me divirto um pouco com algumas expressões. Vou deixar a letra também, pois tem pessoas que não conseguem ouvir a música do blog.
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Letra: Foi por vontade Deus
Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.
Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.
Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.
Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes aonde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.
(Alfredo Duarte/Amália Rodrigues)
***
Os pés
caminham,
molhados
entre óculos
analíticos e
gabardinas
pela ladeira
a chuva
escoa
saudade
mágoas
caminham,
molhados
entre óculos
analíticos e
gabardinas
pela ladeira
a chuva
escoa
saudade
mágoas